Especialistas oferecem sua visão sobre o tema.

Roberto Cocenza

Formado em Hotelaria e pós-graduado em Marketing pela ESPM, é o idealizador e curador do BOOMSPDESIGN, Fórum Internacional de Arquitetura, Design e Arte.

O que é clássico?

Os clássicos são representados pelas peças modernas, desenhadas e executadas até a década de 1970. Acredito nesta fase em que os designers tinham formação excelente e exercitavam os projetos à exaustão em seus ateliês. Além disso, sabemos que a produção, junto a pequenos fabricantes, resultava em mobiliário mais artesanal. Essa qualidade pode ser adquirida por meio de peças vintage, de designers como Sergio Rodrigues, ou até mesmo contemporâneas, fabricadas agora, mas desenhadas no passado. Como exemplo, vale mencionar que alguns produtos do designer brasileiro Zanine de Zanini já podem ser considerados “clássicos”, e são modelos bem assinados a um preço não muito alto.

Fernanda Périgo

A profissional passou pelas mais diferentes experiências nas editorias de moda, beleza, saúde, decoração e arquitetura. Em 2016 decidiu alçar novos voos e empreender no mercado de comunicação, fundando a assessoria Duetto Comunicação

O que é clássico?

Clássico para mim é o minimalismo ou espaços bem modernos que compõem harmoniosamente com detalhes mais ornamentados. Atualmente o clássico é um lar que imprime de fato a personalidade do morador, são os detalhes que fazem que você se sinta acolhido no ambiente. Sou apaixonada, por exemplo, por peças decorativas relacionadas a viagens feitas e fotos na decoração – ainda mais nessa época em que são tiradas simplesmente para postar nas redes sociais.

Danilo Costa

Formado em Jornalismo, área na qual atuou por muitos anos, desde 2013, comanda a dc33 Comunicação, empresa voltada à criação de conteúdo e assessoria de imprensa.

O que é clássico?

No meu ponto de vista, um clássico é aquele móvel ou objeto icônico e importante, que não significa necessariamente algo antigo. Eu considero, por exemplo, a poltrona Mole, do mestre Sergio Rodrigues, um clássico. Como um exemplo internacional, eu citaria a cadeira Panton, assinada por Verner Panton [de 1967]. É um clássico que continua muito atual e traz uma história consigo, pois é reconhecida como a primeira cadeira totalmente em plástico a ser fabricada em uma única peça. Um clássico, assim como toda peça que escolhemos para compor a decoração de um ambiente, precisa contar uma história. Tenho certeza de que hoje as pessoas vêm buscando, cada vez mais, trazer para dentro de casa peças com memórias.

Tuca Aguirre

Iniciou a sua carreira no segmento de jornalismo econômico e há quase três décadas tem sua assessoria de imprensa, com forte atuação nos segmentos de arquitetura e decoração. Além disso, também presta serviços de consultoria de relacionamento com especificadores.

O que é clássico?

O termo, dentro do segmento de decoração, algumas vezes me remetia simplicidade e beleza, em que cabem itens como o ladrilho hidráulico, a mesa de fórmica da casa da vovó ou o quadro de família com moldura dourada. Por outras vezes, o clássico me vinha como uma capa de livro de história da Grécia antiga. Tratava-se de algo “parrudo”, o veludo de cores fortes, o dourado, o vaso de murano e os rococós. Quando assessorei o arquiteto João Armentano na Casacor 2018, mudei de opinião. Pude ver que ele, com maestria, consegue abusar desse conceito. O clássico e o minimalista convivem em harmonia. Fiz uma releitura de seu trabalho e notei que a valorização do clássico depende de como o estilo será inserido, compondo com peças modernas, contemporâneas, móveis projetados especialmente para abrigá-los e iluminação adequada.

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