#Club&Casa Home – Conceito aberto de casa de artista plástico ressalta galeria pessoal e possibilita vista da mata

Sem obstáculos visuais, esta morada favorece o proprietário ao oferecer vista livre da natureza, seu principal estímulo para pintar.

Texto: Giulia Esposito
Fotos: André Martins/Divulgação

No paredão de concreto que constitui a fachada frontal, a única abertura é ocupada pela porta pivotante de aço, que é a da entrada principal.

Principal inspiração e refúgio para o morador, um artista plástico apaixonado pela profissão. Esta era a missão para a casa com 382 m², projetada pelos arquitetos Daniel Gil e Giovani Adams Pauli, do ArqExact Arquitetura, Design & Conceito, em um terreno declivado e imerso em uma área de preservação permanente em Arujá (SP).

Como a prioridade do cliente era transitar livremente com seu cavalete pelos cômodos, direcionando-o para a vista escolhida em seus momentos criativos, o imóvel carrega um conceito aberto, livre de barreiras. No segundo e principal nível da casa, onde fica a porta de entrada, está a área social, com estar, cozinha e jantar integrados e com panos de vidro que podem ser totalmente recolhidos, de modo que o frescor da natureza literalmente adentra os espaços.

É ali que o anfitrião recebe os convidados e pincela suas telas, por meio das quais, inclusive, a monocromia da arquitetura brutalista, essencialmente composta por concreto, aço, madeira e vidro, é ludicamente rompida.

O mobiliário reto, em tons neutros, segue a linguagem arquitetônica e, a exemplo da bancada e da ilha da cozinha, peças moldadas in loco evocam a atmosfera industrial, assim como a iluminação sobreposta, formada por trilhos, e as instalações elétricas aparentes. Um painel de tijolinhos escuros adiciona um conforto sereno e que, em nenhuma hipótese, abala o protagonismo das artes e da paisagem.

Acompanhando as multicoloridas obras, o tapete com listras também matiza a área social, além de distinguir o espaço de estar.
À direita, a escada de acesso à ala íntima possui estrutura metálica e pisadas de madeira.
Uma sala de inspirações ocupa o pavimento superior, de onde é possível contemplar a vista intocada da natureza e, como o nome sugere, ter ideias mirabolantes. Aos moldes de mezanino, este piso exibe uma parede com painel de madeira que expõe obras de arte.
A suíte do artista também fica no último andar e dali a imagem das copas das árvores é inebriante. Quando as portas de vidro que a protegem são recolhidas, o bloco parece flutuar sobre o oásis, que, por si só, atua como decoração, dispensando o uso de objetos com essa função.
A arquitetura é composta por três volumes, blocados de forma não-linear e com aberturas voltadas para as fachadas leste e sul, com vista para a paisagem.
O primeiro nível funciona como garagem-ateliê.
Arquiteto, Urbanista e Designer de Interiores Rodrigo Lacorte

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