Pavilhão do Brasil na Bienal de Arquitetura de Veneza ganha o Leão de Ouro pela primeira vez na história
Projeto de curadoria dos arquitetos Gabriela de Matos e Paulo Tavares traz a terra como foco da discussão e mostra como as tradições indígenas e quilombolas podem ajudar a vislumbrar um futuro mais sustentável.
O Pavilhão do Brasil na Bienal de Arquitetura de Veneza 2023 ganhou o Leão de Ouro com o projeto “Terra”, de curadoria dos arquitetos Gabriela de Matos e Paulo Tavares. É a primeira vez na história que o Brasil recebe esse prêmio.
De acordo com o júri, o projeto foi premiado “por uma exposição de pesquisa e intervenção arquitetônica que centraliza as filosofias e imaginários da população indígena e negra na procura de modos de reparação”.
Realizada pela Fundação Bienal de São Paulo em parceria com o Ministério da Cultura e o Ministério das Relações Exteriores, a intervenção “propõe repensar o passado para projetar futuros possíveis, destacando atores esquecidos pelos cânones arquitetônicos”.
Paulo Tavares e Gabriela de Matos, curadores do pavilhão brasileiro na Bienal de Veneza de 2023 (foto: Diego Bresani e Levi Fanan/Divulgação)
“Muito obrigada, povos indígenas”, disse a arquiteta Gabriela Matos, ao agradecer o prêmio.
“Trata-se de reparação, restituição, reconstrução. Trata-se de reconhecer outras formas de conhecimento, outras formas de arquitetura que, como dizemos no pavilhão, se tornaram centrais para enfrentar a crise climática global e podem nos ensinar outra forma de relação com a terra”, declarou o arquiteto Paulo Tavares.
A 18ª edição da Bienal tem como tema “O laboratório do futuro” e apresenta o continente africano como responsável pela formação do mundo que está por vir.