DW! Talks: um mergulho cultural, emocional e criativo!
O evento âncora do DW! Tour 10 Anos disseminou conhecimentos diversos e aproximou os participantes das experiências vivenciadas por grandes nomes da arquitetura e do design.
Uma invasão de conhecimento, diversidade cultural, resgate de memórias, emoção e beleza marcou a estreia do DW! Talks, evento âncora do DW! Tour 10 anos, movimento de expansão da DW! Semana de Design de São Paulo, que foi promovido pelo Club&Casa Design.
Neste ano, o grande festival urbano, que figura entre as cinco maiores semanas de design do mundo, completou 10 anos de vida e viabilizou ações nos grandes polos de design da capital paulistana e, devido à nova aliança com o Club&Casa Design, em outras regiões também, como a Zona Leste de São Paulo o Grande ABC, culminando na inauguração do DWT Tour.
Sediado no Teatro Santos Dumont (em São Caetano do Sul), no Espaço Platina e no Rapha Preto Studio (ambos na Zona Leste), o DW! Talks trouxe palestras, debates, bate-papos e lançamentos de produtos de grandes nomes do design e da arquitetura nacional, que garantiram uma verdadeira imersão no universo em que atuam e dicas preciosas aos espectadores. Houve, ainda, uma valiosa apresentação sobre ações efetivas de marketing aplicadas em empresas de diversos ramos, incluindo arquitetura, design e decoração. Todos os eventos do DW! Talks foram abertos ao público, com acesso gratuito e a participação ativa do CEO do Club&Casa Design, Thiago Sodré.
1° DIA
No primeiro dia de DW! Talks, no Espaço Platina (uma parceria do Club com a Porte Engenharia e Urbanismo), o designer Paulo Alves dissertou sobre o uso da madeira como matéria-prima, tomando partido do manejo florestal, de modo a evitar a destruição da natureza, e os 8 mil tipos de madeiras a partir dos quais se pode construir móveis. Ele ainda apresentou o banco Leitão, sua mais nova obra, feita de madeira Roxinho. “O afeto é o principal ingrediente do design. Quando conseguimos tocar alguém, fazemos história”, garantiu Paulo.
Em seguida, o idealizador da DW!, Lauro Andrade, falou sobre o início do festival, a sua trajetória e o desenvolvimento até tornar-se o evento consolidado que é atualmente.
À tarde, o arquiteto Lula Gouveia, do aclamado Superlimão Studio, falou sobre os desafios e as conquistas profissionais vivenciadas ao lado dos parceiros, Thiago Rodrigues e Antônio Carlos Figueira de Mello, incluindo projetos de lojas.
O designer gaúcho Guilherme Wentz encerrou a jornada contando as experiências produtivas vividas em grandes marcas de produtos mobiliários até a criação da própria. O profissional também explanou a tríade de filosofias que rege o trabalho que realiza: simplicidade, casualidade e mimetização da natureza. “Com ela, busco sair do conceito mais escultórico para entrar neste desenho de maior interação com o corpo”, complementou Wentz.
2° DIA
Nesta jornada foi a vez do Teatro Santos Dumont receber, em seu auditório, o designer Guto Indio da Costa, que falou sobre o início da carreira no exterior até o retorno ao Brasil. Depois, em solo carioca, participou de grandes exposições, como Semana Design Rio e Rio Gastronomia, e conduziu projetos relevantes, como o VLT (transporte público sem catraca) e os mais de 300 quiosques da orla marítima. O profissional também discorreu a respeito do aprofundamento digital dentro do universo do design, da força da beleza na criação, do design de serviço e da experiência do usuário. “Hoje não projetamos mais produtos, mas ecossistemas completos. O mundo precisa de design, porque, muito mais do que pensar em máquinas e produtos, ele pensa em pessoas. Estamos mais imersos nele do que podemos imaginar”, garantiu Guto.
A manhã foi encerrada com o lançamento da revista Club&Casa Home – Regional Grande ABC, que exibe a imagem de Guto Indio da Costa na capa e uma matéria especial a seu respeito.
No período vespertino, em seu próprio estúdio, também na Zona Leste de São Paulo, o designer Rapha Preto expôs a trajetória profissional, os desafios, a certeza da vocação, o estilo criativo, os pilares do design emocional, as inspirações e as peças criadas. Em seguida, os participantes puderem aproveitar um happy hour e conhecer o espaço de design autoral do profissional.
3° DIA
Novamente do Teatro Santos Dumont, a manhã começou com o designer Marcelo Rosenbaum, que expôs o seu esplêndido trabalho realizado com as comunidades locais da Amazônia e de Alagoas. Ele destacou a riqueza da natureza, o artesanato desenvolvido com os homens ribeirinhos (trabalho que, nesses locais, normalmente é feito por mulheres), os desafios de envolver crianças carentes nos projetos e utilizar matérias-primas e instrumentos locais, alguns que até retirados de áreas de descarte. “Esse trabalho é uma prototipagem da forma de fazer e me coloco como aprendiz. Não vou para uma comunidade com uma ideia pronta. Entro aberto para construir a ideia junto aos seus membros, visando a criar algo que faça parte do repertório cultural e atenda as necessidades dessa comunidade. É uma co-criação”, esclarece Rosenbaum.
Em seguida, o designer alagoano Rodrigo Ambrósio apresentou o documentário sobre o rico artesanato da Ilha de Ferro, oásis cultural em meio ao sertão alagoano. O profissional destacou o veio criativo da população, a simplicidade, as inspirações e a ideia de que a natureza traz a peça e os artesãos nativos a lapidam, seguindo seus diferentes estilos e instintos.
Na parte da tarde, Pedro Greghi, CEO do Projeto Jovem Arquiteto, plataforma online de cursos de arquitetura, palestrou sobre o posicionamento dos jovens profissionais no mercado de trabalho, empreendedorismo e a importância de separar contas físicas e jurídicas, gerir a parte operacional e descentralizar trabalhos, delegando tarefas para quem pode realizá-las.
Logo depois, a arquiteta gaúcha Camila Klein assumiu o palco para falar sobre o início da carreira ao lado do arquiteto Ruy Othake, os desafios de projetar interiores de barcos e aeronaves, dadas a normativa e limitações, gestão de escritórios de arquitetura, a importância de criar um cronograma reverso e como driblar algumas das dificuldades que enfrenta. “O cliente precisa se sentir seguro e acolhido para contratar o escritório e, dentro isso, a organização de datas e cronograma é essencial. O budget também precisa ser claro, não como forma de especular, mas para garantir assertividade”, comentou Camila.
4° DIA
Na manhã de 8 de outubro, no Teatro Santos Dumont, Dener Lippert, CEO da V4 Company e escritor do livro “Cientista do Marketing, deu dicas de como conquistar precisão nas projeções dos negócios, adquirir os clientes certos e preservá-los, dominar a região de atuação, trabalhar com marketing descentralizado e investir nas estratégias certeiras.
À tarde, o evento teve continuidade no Espaço Platina, com Beto Cocenza, idealizador do BOOMSPDESIGN, no comando do Fórum Internacional de Arquitetura e Design, que falou sobre este projeto que promove a cultura do design e suas conexões.
Os designers Enzo Sobozinski e Vinícius Cabral apresentaram produtos que criaram com base em suas raízes, essências e memórias afetivas e debateram sobre a importância do fórum em questão em suas carreiras.
Por fim, o designer e engenheiro André Gurgel, do Estúdio Mula Preta, falou sobre a criação de mobiliário autoral e sobre o nome do escritório, inspirado na canção de Luiz Gonzaga, “Moda da Mula Preta”, que revela a irreverência nordestina. Esta característica, aliás, é particularmente marcante nas peças criadas por ele e seu parceiro, Felipe Bezerra, a exemplo das poltronas Duna, Basquete e Pião, das mesas Maremoto e Falésia, do Cabideiro Cacto, da banqueta Clip, da cadeira Macchiato, do gaveteiro Sanfona, do buffet Canela e tantos outros.
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