#Club&Casa Home – Entrevista com o designer Bruno Faucz: em busca de equilíbrio estético!

Primeiro ele aprendeu os processos produtivos, para depois se debruçar no mar da criação. Em foco,
o designer Bruno Faucz.

Texto: Angela Villarrubia Fotos: Jomar Bragança, Marcelo Donadussi/Divulgação

O designer catarinense Bruno Faucz.

Na cidade de São Bento do Sul – situada em pleno polo moveleiro do Planalto Norte Catarinense – nasceu, vive e trabalha o designer Bruno Faucz. Filho de professora e bancário, queria seguir uma carreira criativa, por isso inclinou-se pela publicidade e propaganda, mas acabou optando, felizmente, por sua segunda escolha: o design de móveis. Ele não aspirava abrir um atelier, como seus colegas de estudo, mas trabalhar na indústria e dominar tecnicamente o processo produtivo, além de adquirir visão de mercado. E assim atuou dos 19 aos 26 anos. Mas o espírito dos mestres Sergio Rodrigues, Jorge Zalszupin e Joaquim Tenreiro, a quem admira profundamente, falou mais alto e ele também passou a criar.

As estrelas de seu trabalho são as poltronas. “Se eu quisesse ser alguém na vida, teria que desenhá-las. Elas são o produto que mais dá identidade ao designer”, observa. A sua preferida é a VIP, composta por uma casca de multilaminado e uma estrutura bem fininha de metal, exposta na International Contemporary Furniture Fair (ICFF 2015), em Nova Iorque. Na ocasião, o portal Design Milk a destacou como um dos principais lançamentos da feira, uma conquista e um alento para o jovem criador.

Como bom profissional, ele já homenageou os entes amados com suas realizações. É o caso das poltronas Beca (um de seus primeiros trabalhos, em distinção à esposa Rebeca) e Theo (para seu filho primogênito Theodoro). “Agora falta outra para o caçula Matheus”.

Dentro do guarda-chuva dos materiais, Faucz tem uma propensão pela madeira. “Trabalhei com ela na indústria – e raramente me deparo com alguma dificuldade técnica”, revela, ao ressaltar que gosta de misturá-la com couro, tecido, metal… “Mas, nada over. Procuro o equilíbrio estético, a proporção certa”, finaliza.

A Poltrona Canela (Tissot Móveis) surgiu por meio de um estudo sobre proporções: Faucz “cortou” um retângulo (ou seja, a lateral da peça) com uma linha diagonal. Na imagem, ela aparece ao lado da mesa lateral Una e do aparador Bora. Locação: Gabbi Novelle.
A Poltrona Estofada Liz, com base fininha de aço inox. Lançamento da Bel Metais Móveis.
Uma “casca” feita com madeira multilaminada e uma estrutura de metal compõem a Poltrona VIP, a criação preferida de Faucz. Foi destaque na ICFF 2015, em Nova Iorque.
O passador de uma agulha serviu de inspiração no desenho das Mesas Laterais Hago (Móveis James), nas versões alta e baixa.
Outro bom exemplo da busca pela proporcionalidade e equilíbrio, a Poltrona Doc (DonaFlor Mobília), para áreas externas, tem estrutura em alumínio, encosto e assento em corda náutica e fibra sintética, além de detalhes em madeira cumaru nos braços.
Em homenagem ao seu primeiro filho, a Poltrona Theo, com assento que flutua entre a estrutura de nogueira. O apoio dos braços alarga-se para propiciar mais conforto.
Cadeira Adélia, em comemoração pelos 40 anos da Bontempo. Em louro frejió, remete às antigas peças produzidas pelos antepassados italianos dos fundadores da marca, os irmãos Stedile. O seu nome é uma homenagem à mãe dos empresários. Os tênis, uma antiga paixão de Faucz, fazem parte de sua coleção.
Em tecido, couro e metal, a Poltrona Solo (Piu Mobile) tem uma caixa acoplada em um dos braços para guardar revistas e pequenos apetrechos. No Salão Design 2016, venceu na categoria de Móveis para Sala de Estar e Jantar, na modalidade Indústria.
A Poltrona Patagônia (Saccaro) faz referência às cavalgadas na região homônima da Argentina, com detalhes que remetem às celas de montaria, como costuras no couro e suas amarrações. A estrutura é em madeira tauari.
Buffet Arch (Lider Interiores), com formas geométricas inspiradas na arquitetura modernista. O contraponto ao volume de madeira são seus graciosos pés triangulares.

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