#Club&Casa Home – Contrastes entre rusticidade e modernidade ambientam novos espaços desta morada

Casa ganha construção extra, com ares rústicos, e aposta em materiais naturais e na sustentabilidade.

Texto: Angela Villarubia
Fotos: Sté Syrio/Divulgação

A área do bar ganhou cobogós, bancadas de alvenaria revestidas com cimento queimado, marcenaria laqueada, armário suspenso em serralheria, móveis do acervo pessoal e torneiras/misturadores em cobre, feitos na obra.

Com residência no Centro de Ribeirão Pires (SP), um casal jovem com filhos queria um novo espaço com área gourmet, para receber amigos e parentes. O desejo saiu do papel por meio do projeto arquitetônico e paisagístico de Daniel de Oliveira (com gerenciamento de obra de seu sócio, Saulo Gomes Diniz), do escritório Diol Salorsano, com a edificação de um galpão gourmet de estilo rústico, com área construída de 200 m², dividida em dois pavimentos, e pé-direito de até 6 m

No térreo está o bar, espaço de jogos, sala de TV, de jantar, cozinha e banheiros. O andar superior é um mezanino com home office e uma área de descanso. O galpão foi erguido com dormentes de trem comprados em uma demolidora. Essa opção sustentável acabou por tornar o processo um pouco mais demorado, pois era necessário encontrar peças com tamanhos específicos para atender à construção.

A estrutura recebeu fechamento com tijolos de demolição e blocos convencionais. O madeiramento do telhado é feito com peroba rosa, reaproveitada de um antigo galpão fabril, e telhas romanas na cor palha mesclada. Os materiais de demolição ou naturais também estão presentes em elementos da sala, cozinha e área de jogos.

O projeto luminotécnico previu iluminação aparente, em branco quente, com lâmpadas para alcance de pé-direito duplo e projetores de luz. Tudo foi pensado para o conforto dos usuários e para o contraste de claro e escuro, que confere um visual cênico. Fornecedor: Efeitoluz.

Em relação às cores, a ideia era que as dos móveis contrastassem com os acabamentos rústicos. Por isso, as paredes simplesmente receberam brancos e cinzas, com alguma exceção, além dos próprios tons marrons e beges da madeira e dos tijolos.

A escada foi realizada em serralheria, com pisadas em peroba rosa de reaproveitamento, assim como no piso do mezanino. Na sala de jantar, tudo vem do acervo dos proprietários, como os lustres provençais, a mesa de madeira de demolição, as cadeiras em palhinha e o louceiro da avó da cliente. O papel de parede tem estampa de pássaros, com colorido que combina com a cômoda laqueada, que armazena guardanapos, toalhas e jogos americanos.
Na área da churrasqueira/cozinha há bancadas em alvenaria e cimento queimado, chão com ladrilho hidráulico e marcenaria laqueada. Os eletrodomésticos atuais contrastam com o forno, o de pizza e o fogão à lenha, todos mais rústicos.
O andar superior foi concebido para o descanso, porém, com a pandemia, a proprietária o transformou em home office. A escrivaninha antiga foi adquirida pelo casal em um antiquário.
Pela altura do galpão em relação ao perfil do terreno, optou-se por uma piscina com borda infinita. O deck de cumaru percorre toda a extensão da construção. Confortáveis espreguiçadeiras convidam para um dia de sol com vista permanente para a vegetação nativa.
Os charmosos ladrilhos hidráulicos acabaramna parede da bancada. O par de cubas de sobrepor são de cobre, compradas em Minas Gerais, enquanto as torneiras foram feitas no local pelo empreiteiro da obra. O encanto foi reforçado pelo espelho com ares vintage.
Arquiteto Daniel de Oliveira e seu sócio Saulo Gomes Diniz

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