Projeto educacional Moradas Infantis, idealizado por Rosenbaum e Aleph Zero, conquista o primeiro lugar no Prêmio Saint-Gobain de Arquitetura

Depois de ser escolhido o Melhor Edifício de Arquitetura Educacional do mundo, da premiação Building Of The Year, o Moradas Infantis– assinado pelos escritórios Rosenbaum e Aleph Zero –, em Palmas (TO), fica em primeiro lugar na 5ª edição do Prêmio Saint-Gobain de Arquitetura.

Para reformular o complexo educacional, a convite da Fundação Bradesco, os escritórios fizeram uma imersão na zona rural de Formoso do Araguaia para conhecer a Fazenda Canuanã, a 320 km de Palmas, onde fica a escola. Inaugurada há 44 anos, a instituição funciona em regime de internato e acolhe cerca de 800 estudantes, de 7 a 18 anos, vindos de localidades mais afastadas. O desafio da equipe, no entanto, foi quebrar a sensação de espaço voltado somente ao aprendizado para transformá-lo também em lar.

A separação do colégio em duas vilas, uma masculina e outra feminina, foi mantida. A diferença é que agora não possuem grandes dormitórios, mas 45 unidades com capacidade para seis alunos cada. Já a redução do número de estudantes por quarto visa melhorar a qualidade de vida e individualidade dos mesmos, e, com isso, o desempenho acadêmico de cada um.

A Gente Transforma

Para trazer à Fazenda Canuanã um pouco da tradição, do contexto e da história local, foi preciso ampliar a ocupação para além dos muros da escola. “O tijolo de adobe, a madeira, a intuição do trançado da palha, a casa do caboclo, a importância do rio, juntos, tinham de estar presentes ali”, segundo o escritório Rosenbaum. Aliás, esse conceito de resgate é um dos maiores desafios e parte dos princípios do projeto ‘A Gente Transforma’, idealizado pelo designer Marcelo Rosenbaum com o propósito de transformar o escritório em uma incubadora de transformação social, por meio do design e da arquitetura.

A coo­criação é outro valor que integra a metodologia de trabalho do designer, por isso convidou os jovens arquitetos Gustavo Utrabo e Pedro Duschenes, do Aleph Zero, para participar do projeto e trazer ao processo suas visões e diálogos.